sexta-feira, 31 de julho de 2015

De tudo um pouco


Trazes sempre um tom vermelho acobreado rascante.
És som de bandoneon sentado em uma esquina gelada de um bairro nublado.
Uma luz escura que escorre,  invade, envolve.
Carne cortada a fio de navalha.
Seus olhos me partem ao meio...
Sua voz rasga... Penetra,  como membro rígido em busca de prazer...
És a chave que liga a criatividade, a inspiração...
És mentira, verdade, ilusão, saudade, desejo,  vontade... 

És o que invento...
O que sonho... Objeto de desejo inanimado...
Sexo, amor, dor...
És fogo, sorrisos largos, tesão...

Menina por fora, por dentro vulcão...
A delicadeza como capa da erupção. 
És força, exalas sexo e sedução... 
Tens a cor e a cara da paixão...
Tens as mãos no tom do  corpo...
No tamanho da vontade...

Vens com a calma nas malas, o sorriso certeiro nas mangas.. 
Vens com a vida na bandeja...
Casa, cachorro, café na cama e bom colo para todas as horas.
Vens com a vida branquinha,  reluta as cores, mas as deseja nos recondidos do coração...
Vens banhada de medos e certezas.

Entrego me...
Entrego me ao desejo e ao corpo...
Enlaço me na loucura e na paixão.  
Busco,  caço, quero, espero...
Crio, recrio, invento, tento, lento...
Minto, desminto, sinto, finto, absinto...

Na minha ilusão o ideal é um misto de tudo com mais um pouco.
Um pouco de dia,  um pouco de noite;
Um pouco de sol,  um pouco de chuva;
Um pouco de colo,  um pouco de tapa;
Um pouco de tudo, um pouco de nada;
Um pouco de corpo, um pouco de alma;

Um pouco de ódio, um pouco de paixão,  um pouco de amor;
Um tanto de desejo, um tanto de sexo, um tanto de carinho;
Um pouco de choro,  um monte de riso e gargalhadas escandalosas;
Um pouco de morte,  e um infinito de vida;
Um peito aberto e coração rasgado transbordando ...

Menos caixas e mais vento no rosto...