quarta-feira, 24 de agosto de 2016

E por vezes deixamos de falar , por achar que tudo está sub entendido...
De que serviriam caracteres tão mágicos, auditivos, visuais ou táteis... Se não para comunicar o que se esconde em baixo de lugares diferentes para cada tipo de ser...?

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Sobre o que?

A pergunta é : Por que?
Já nem sei bem em relação a que...
Há uma certa dormência por dentro...
Um sabor as vezes incolor , insípido e inodoro , como as propriedades da água que conheci um dia na infância.
O gosto do "nada" , pode até ser refrescante em algumas situações....
Um branco fosco, levemente transparente , translúcido, por vezes Frio, morno, líquido e pastoso, incólume,  e que nos esnoba..
Da de ombros , movimenta levemente a ponta de um dos pés, que vive por inquilinato em um belo par de sapatos de couro caramelo.. .
Que combinavam com um outro que não me pertence mais...

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

O processo

O processo

A música e  sua magia...
Como encantada , hipnotizada, de repente me mudo para outro ambiente.
Uma rua acinzentada de Buenos Aires...
Um tango ao fundo... Meias arrastão com tonalidades levemente cor de sangue...
Um rosa vermelha nos lábios...
Chapéu semi Panamá.
As luzes, os cenários se sobrepõe sobre os olhos...
Vertem dardos com pontas coloridas...
Uma gota de chuva que cai... Seguida de outra outra amiga coberta de H2o...

Um tom mais grave... Banhado por penumbra....
Um cinza chumbo que se propaga, profaga...
Um calor que queima , espalha e amansa...
O tempo insiste em se arrastar...
E como um garçom em restaurante com regra de etiqueta.
Me traz pequenos gracejos para aliviar a ansiedade do prato principal....
Talheres embrulhados ou dormindo por cima de um guardanapo...
Um saleiro...
Uma cestinha de vime com azeite extra virgem e pimenta artesanal de especiarias coloridas.
Um pano branco colocado no colo.
Um certo calor nas pernas, e um sorriso.
Um Sorriso....
Ele então toma uma outra proporção...
O valor de um sorriso ante as lágrimas secas...

A luz de um candelabro no recanto da escuridão....

E a luz... Quão magnífica quando adentra o ambiente .. 
Com seu brilho resplandescente...
Nos enche de ungüento... De alívio... De frescor no peito...
Uma leve carícia na fronte....
Um  suave passar de  dedos  pelos olhos...
E vem a calma... A serenidade... A fé... A crença por algo melhor...
Uma paz gostosa respaldada pela educação...
Um suspiro mais forte...
Uma coleção de carinhos , enviados por linhas virtuais...
Por vias normais, anormais..
Faladas , caladas...
E as lágrimas no meio da multidão...
Que vem lavando...
Deixando cair...
Deixando sair a humanidade ...

Alguns segundos de desconforto e um bom foda-se posterior.
Levanta o rosto , estufa o peito... Quando  quase esquecia de respirar....
Respirava... Quase que por instinto.

Felina ... Entrelaçada com pedras, montanhas,  florestas verdes, fagulhas de tempo...
Cristais de vida vivida ... Marcado com ferro e força...
Sorrisos e gargalhadas , porque a vida é feita disso...
E quem manda nessa porra sou eu em acordo com a minha mente insana... Em desacordo...
Sorrisos...
São eles... Pequenos seres luminosos...
Que brincam e fazem cosquinha...
Amigos, pequenos anjos que nos abraçam...
E ..." não importa que o dia pareça nublado... Eu sei o que tem atrás das nuvens!!!





sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Cuidados paliativos

Ela Saia de casa todos os dias antes do sol raiar, enfrentava uma longa estrada de barro fofo, pedras pontiagudas e passava por um corredor de cactos com espinhos enrijecidos e  aparentes .
  Ao longo do ano letivo , fôra perdendo um chinelo aqui, outro acolá, a blusa já bastante desgastada pelo uso, agarrou em um prego preso próximo a porta da escola e se rasgou.
A calça jeans apertada que herdou de aluno um pouco menos favorecido corporalmente, não mais suportava o corpo que a vestia.
Uma troca de professores, o aumento do inverno, e seguia ela, valente , cabeça erguida, em busca da evolução.
Arrumava os poucos cabelos que lhe sobraram após a última epidemia de piolhos na escola da região, e seguia firme para mais um dia de aula.
O corpo cansado ,já não lhe permitia longas caminhadas, o que a fez procurar abrigo em uma cidade um pouco mais próxima. Deixando ela longe do seu lar.
Mas a sede de aprender lhe fazia levantar todos os dias, esticar as pernas finas dentro da calça poida , com atenção para desviar dos buracos da mesma e direcionar os pés para a boca de saída.
Após ter a mochila Roubada por um larápio, Carregava os livros na sacola do mercado, e mantinha o Sorriso nos lábios.
Corria  o longo trajeto de 7 vezes 7 mil léguas morro acima.
Pouco tempo para o estudo , falta de familiaridade com a nova professora, que abraçou diversas turmas , deixando de lado a individualidade de cada aluno , apesar do seu alto grau de instrução....
Sendo assim, mesmo com toda sua dedicação,e afinco, passou a ter dificuldades  em algumas matérias.
A menina guerreira seguia firme , com  o mesmo sorriso largo nos lábios rachados pelo sol.
O inverno se intensificava, o frio gelado doía em seus ossos recorbertos apenas pela fina camada do pano da camiseta poída , a calça rota, e os pés de casca grossa apoiados no chão.

Informam a família da cidade distante, que apesar de todos os esforços, aquele ano letivo já estava perdido. Que não havia mais o que fazer.
Uma certa tarde, ao soar o sinal de saída, a professora lhe pede que aguarde na carteira alguns minutos enquanto os outros alunos se vão.
Senta a sua frente com  com ar de superioridade,  diretor ao lado , diploma de cátedra experiente e põe a sua frente uma cartilha explicando o  caso:
- Olha , você já está reprovada, pode se dedicar o quanto for, pedir ajuda aos familiares, mas nada mudará o fato.

Você pode continuar vindo as aulas, vai levar lições para casa, mas preciso te avisar que é possível que a escola passe por uma reforma. Terá uma pequena goteira bem em cima da sua carteira, mas , caso você prefira, podemos substituir a água por farinha de trigo, de rosca, leite em pó desnatado ou integral, grãos de linhaça ou uma  deliciosa pasta de berinjela apimentada que preparamos ano passado.
A carteira escolar está com uma das pernas quebradas, mas se você se mantiver inclinada a 145 graus ao norte , vai conseguir ler as coisas que a professora escreve atrás da viga de sustentação que será colocada a sua frente.
Ao findar das explicações, esticam o braço, ajeitam a gravata de seda sob o terno de linho com corte francês, entregam a cartilha bem desenhada, um aperto de mão e finalizam: -  Mas de brinde , como somos generosos,  você poderá escolher se quer fazer a prova final ou não.
Ela põe a cartilha em baixo do braço, entrega a seus familiares  que dias depois recebem um telefonema.
Bom dia ! A menina parece desmotivada nas aulas, sabe explicar o que aconteceu?

segunda-feira, 18 de julho de 2016

O mistério da Fé

Então você lê no presente, coisas que ficaram no passado.
Vê no real, coisas que são do irreal.
Na mente solta , as coisas se passam de outra maneira.
O pé da letra , mora em outro lugar do corpo, talvez na orelha da letra, ou até quem sabe nos olhos ou no fígado da mesma.
O delírio evaporado cria  mundos , histórias, estórias e textos fictícios baseados em fatos reais.
O enorme, muitas vezes é pequeno.
E o pequeno, tem cara de irrealidade...
A realidade, é sonho...
O sonho, loucura...
A loucura, tinta, pincel, argila ou cinzel...
As palavras são desenhos...
Imagens de que??? Do nada!
De um mundo que não existe além do que se passa como um filme com personagens insanos, representados muitas vezes por pessoas reais.
Confundir o personagem com a persona é algo comum para os espectadores, porém, tomar como real o irreal é um ledo engano.
Na vida que mora atrás da arte, nem tudo o que reluz é ouro, nem tudo o que traduz é frase, nem tudo o que se fala, diz, nem tudo o que se ouve é som, nem tudo o que ilumina é luz...
Ou é....
Eis o mistério da fé.

domingo, 3 de julho de 2016

A velha mochila

Ouvia histórias de uma outra nostalgia, que rasgava o peito feito um estilete esquecido que  fura sem propósito a lona da mochila de um estudante do ensino médio.

Começa com pequenas ranhuras inocentes e rompe a parte rígida de plástico que arremata as bordas.
Um caderno jogado aqui, um livro alí, empurram o objeto cortante mais para dentro da carne da mochila cardíaca...
Uma pequena ponta brilhante ultrapassa o pano.
Um furo imperceptível passa batido, sem deixar grandes preocupações.
O tempo larga suas gotas e o ano letivo segue. Com o uso descuidado e o esquecimento,  agente causador da lesão vai sendo escondido sob livros , canetas e pedaços de maçã passada.
Das pequenas ranhuras surgem furos, dos furos - buracos, por eles escapam pequenos grampos, depois lápis, canetas , compasso, transferidor, borrachas....
Procuro minhas coisas e já não encontro...
Juro ter esquecido em outro Lugar, e peço emprestado a um amigo aqui, outro acolá....
E sem me dar conta do dano, arremesso sem critério de um ombro ao outro a companheira de escola.
De tanto peso em cima do furo,  tudo começa a romper....
Por não procurar os livros com frequência, sinto uma certa leveza nas costas, mas não busco saber o porquê...
Levanto displicente a tampa de uma carteira escolar de filme de sessão da tarde, guardo minha velha companheira , e parto pro Recreio.
Em um outro dia ,mato aula e ela fica abandonada entre  a solidão de 4 placas  de madeira no caixote da sala do diretor.
A deixo entre traças no quartinho usado como dispensa no fundo da casa...
E no dia da prova, vou até minha velha mochila pegar meu material de estudo...
Ao segura -la desta vez com mais atenção, sinto que seu peso está mudado, abro o zíper emperrado com certa dificuldade, e ao procurar minhas coisas, já não encontro mais nada.
O coração dispara, passeios as mãos de um lado a outro, esfrego com certa ansiedade todos os cantos da velha sacola de nylon...
Acendo a luz, uma pequena lanterna de bolso, coloco os óculos de grau no lugar dos óculos escuros..
E nada. Não há mais nada lá dentro, nem caneta, nem borracha, nem livro , nem caderno, compasso , transferidor, calculdora, papel ofício, tudo se foi...
Indignado, viro ela do avesso, e encontro às marcas do velho estilete ignorado no fundo da mochila.

quinta-feira, 30 de junho de 2016

Decifrar Pensamentos

Então eu gosto mesmo é de decifrar pensamentos.
Olhar para eles com calma.
Ver como se comportam em cada cabeça...
Se permanecem sentados, deitados, ativos ou atados.

Se passeiam em outros lugares, se caminham ao som de música ou tempestade. 

Se calmo ou hostil
Se saudável ou febril.

Gosto dos meus pensamentos verdes, frescos, com aroma frutado, fios de prata pendurados em salgueiros chorões.  
Pétalas de rosas sorrindo pelo chão, tapete vermelho, música ambiente.

Mas me interesso por conhecer pensamentos que diferem dos meus.. .

Pensamentos firmes , cheios de ousadia,
Mentes audaciosas e destamidas.  

Vejo os pensamentos como pequenos doendes que moram dentro da calota craniana.
Eles pulam e quando se esbarram fazem faíscas sinápticas.. 
Se desmancham e evaporam .
Sublimam em forma de  palavras gasosas
Derretem e caem como água pelos olhos.  
Escorregam pelos braços, caem nos dedos e viram letras.  
Que se atraem umas pelas outras, piscam os olhos, emitem belos sorrisos e se aproximam em palavras...
As palavras por sua vez flertam umas com as outras gerando frases e mais frases, que nada mais são do que os pensamentos voltando para o seu estado semi sólido inicial.

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Me roubas espaços

Ela insistia em roubar espaços neuronais...
Seduzia um pensamento aqui , outro acolá.
Os empurrava para os lados, espremia nos cantos e quando menos se esperava , já ocupava o lugar de uma música, de um assunto burocrático, de um  vazio,  ou de uma simples descarga elétrica.
Entrava sem pedir licença , sem saber se comportar, sem dizer se vai sair ou vai ficar.
Dava um sorriso maroto de menina abusada, levanta levemente uma das sombrancelhas e fazia um ar debochado. de poder...
Ele  , como um menino inocente e assustado,  tremia nas bases, titubeava ,sentia um certo rubor na face , umas mariposas na parte baixa do abdômen, mas voltava a falar.
Estufava o peito, respirava toda a segurança acumulada no bolso , e economizada ao longo de pensamentos sem fim.
Separava  apenas poucas palavras previamente escolhidas como feijão da roça,  e na certeza incerta da falta de sentido, tropeçava em um querer descabido e deixava escorregar por  entre os dedos três ou quatro frases que deveria guardar...
Sintia um misto de prazer e ódio...
Em uma confusão mental ,os lábios perdiam a elasticidade e se alargavam, levantando suavemente as bochechas...
Uma certa luz  surgia nos olhos , como satélites disfarçados de estrelas em noites de lua cheia.
Os pensamentos surgiam e desapareciam  como as ondas daquele mar semi poluído onde tudo começou...
Com eles, a vontade de um cheiro que  já não lembrava, um gosto que não sabia o nome, um beijo que não fala a mesma língua, um toque que segue tatuado na ponta dos dedos, um vento que  perturba, uma voz que sussurra sons entorpecentes, e a constante imagem que se espalha por dentro dos olhos como a cegueira do diabetes causada pela falta ou excesso de açúcar...

Sentia sua presença passear livremente pelo corpo, escorregar neurônios abaixo como criança no parque , deslizar pelos braços e cair pelos dedos como notas musicais em forma de letras.
Escutava o vapor dos seus lábios nos dele ao ouvir as palavras por dentro quando elas caiam indiscriminadamente a sua frente. Era como se cantasse na sua boca as  palavras por ele escritas...

Em um delírio ele Imaginava aquele beijo cheio de palavras, música e poesia.

Ele a guardava nas gavetas das lembranças, mas ela ,exibida que é, insistia em ficar exposta nas prateleiras da estante.

Ele senta, e olha para ela como um  livro que nunca leu por inteiro...
Esboça um sorriso de menino levado, lê 3 ou quatro imagens, agradece a inspiração, ignora a transpiração, e se deleita na pura e simples descrição...

terça-feira, 21 de junho de 2016

Sobre a incoerência do amor

Dizer "Eu te amo " mas quero que você mude ...
É o mesmo que dizer Eu amo chocolate , mas gostaria que ele fosse salgado...

TPM

Sinto doer cada pedacinho sensitivo do Eu carnal e etéreo...
A natureza que atormenta o corpo e a mente todos os meses para provar que as funções primitivas dominam.
Uma descarga hormonal que se espalha no pensamento, no  coração e altera a sanidade física e mental.
A vã preparação de um ninho que não receberá prole.
Um descompasso corpóreo sentimental para o acontecimento de Nada.
E segue a Mãe Natureza insistindo em me preparar para algo que Eu não desejo.
E todos os ciclos me pergunto se me tornei aquela pessoa, ou se é mais uma brincadeira do Maroto Artesão da vida.
Totalmente Perdida Mesmo!!!
E espero com Sofreguidão  que aquela angústia se transforme logo em partículas de mim dissolvidas em dor muscular, aperto abdominal, e um molho vermelho que gera um desconforto e um pequeno alívio psicológico que surge e se esvai corpo a fora.

domingo, 19 de junho de 2016

A mesma busca


O barulho da chuva, e o peito trancado por grades imaginárias...
O peito sangrado por facas estatutárias...
O grito contido por mordaças regimentadas... A vida passa... Sorriso após sorriso , lagrima após lágrima,  o tempo começa a apertar...
O espaço interno diminuir....
O corpo inerte  se espalhar...
A barriga aumentar, o peito ceder...
O de costume normalizar, acomodar... O  desejo e os movimentos ensaiados a ferver e perecer...
A dor... E ardor...
O medo e a morte...
O norte e a sorte...
Pedaços nossos que caem pelo caminho...
A saudade...
O aconchego....
Olhos que vivem ainda em outros olhos....
Amarrados, aprisionados, açoitados, estilhaçados, estraçalhados de sol poente...
Esfarelando de mão em mão...
Umidificando de boca em boca...
A procura de um sim ou não
De um carinho a mais...
De um abraço um pouco mais apertado... De Um colo pro peito...
Um alento pro ombro repleto de mundo...
Um afago de dedos por trás da nuca... E um rio banhando os olhos... Como uma represa velha que nunca seca...
Como uma barragem desgastada que sempre vaza, Devasta, incomoda.... E no fim ,  tudo é encoberto por um governo de mim , que impõe que devo ser mais forte e valente.
Me põe em um circo de máscaras,  onde outros palhaços dançam sob a luz artificial gelada de um dia de inverno forjado na praça de alimentação de um shopping de quinta categoria... E por dentro... O desejo de um beijo a mais...
A vontade de um amor voraz...
O anseio do sempre...
A certeza duvidosa de um nunca mais...
O pagamento com o corpo...
A poesia em segundo plano...
A sedução da alma no corpo carnal...

E o gozo vazio... E tantos Eus... E tantos amores inventados, no vento....
O frio gelando por dentro...
E mesma menina tímida , sentada naquele balanço de ripa de madeira , com som de gaita desafinada, à procura de algum lugar...
De um colo de mãe, da amizade do pai, da verdade dos irmãos, da aceitação...
E o passo para escolher os seus... Que vem e vão... Os dentes que lutam secretamente no meio da noite , rangendo, trincando, deixando marcas na mastigação...
A vida dizendo dura : - "Sem frescura!  A vida é assim..."
O sono... Fiel refúgio , roubando o tempo ...
O medo...
O tremor das mãos... Um transbordar que não se cala... Mais uma fala vazia...
Uma noite de frases e putaria...
Um pouco mais do mesmo lugar...
A mesma busca , a procura de uma parte que parte , me parte e parte para algum lugar.

Poesia é...

" Poesia é um momento assim , como uma cidade vista da janela de um trem ... Aquelas luzinhas piscando...."
A Poesia é um sorriso entre os lábios , ou uma lágrima que se desprende de um canto da alma. Um filme  que passa por traz dos olhos, por dentro do peito, no corpo, na pele , na mente, na ponta dos dedos ou por dentro dos ouvidos....
Poesia,  é vida pintada com palavras... Mudas ou faladas, sub entendidas ou declaradas...
Poesia é ver arte , onde há concreto, e metal retorcido....
É ver magia, onde há simplicidade....
É alargar o horizonte e ver olhando para dentro....

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Agulha de vitrola

Aquele tom vez ou outra tocava por dentro... Como canção antiga anunciada á ponta de agulha de vitrola...
Surge nos ouvidos da mente ao acaso , sussurrando histórias com cara de outro e de outrora...
Sentia algumas gotas daquele calor correndo pelas veias...
Por vezes exalava dos poros, driblava as sinapses, saltava aos lábios e era possível sentir seu gosto quente na boca , um frio no estômago,  um gelado na espinha, e sua presença inventada e imagética nos dedos...
Um sabor de chocolate meio amargo com café expresso sem açúcar...Quente, levemente adocicado,forte,marcante,e com certo amargor gostoso no fundo do copo...
E apesar de não apreciar  café, ele caia como uma luva para a simbologia de uma saudade de algo que nunca existiu. 
Um paladar imaginado pelo cheiro intenso, porem, jamais experimentado  pelas  papilas gustativas...
E essa pseudo saudade ,que não é do corpo e  nunca o foi, é uma vontade oposta, que só existe pela sua contradição...
Um encontro surgido para ser poesia...
Uma cor bufante de paixão passada , amassada e jogada em um canto do armário dos fundos da casa....
Brota de forma sazonal, apenas para saciar a sede dos instintos dedicados a poesia, e seca no mesmo instante que floresce, tal como uma flor rara...
Vem pela voz... Pela arte... Por  duas ,três ou mais linhas escritas...
Por uma melodia antiga com cheiro de livro guardado na estante... Uma foto, uma imagem na mente, uma certa praia, um certo lugar, um certo momento... inexistente e com uma presença forte no mundo das idéias...

sábado, 30 de abril de 2016

Falo sempre...
Pelo lado certo epelo avesso

domingo, 13 de março de 2016


Então ela acordou um dia e decidiu abrir os olhos...
Olhou o mundo ao seu redor e não reconheceu mais nada.
Sentiu falta do vento nos cabelos e das largas pastagens para correr com seu cavalo alado.
No espelho, a imagem refletida parecia distante, estranha , hiperbólica, encapada, rasurada, comprimida e remixada.
Um brilho diminuto no olhar.
A busca por um amor irreal, a idealização do nada.


"... Então sinto um tom diferente na sua voz e escrita, e te pergunto sobre... E falo também das nuances de acento nas minhas letras... 
Das mudanças de pensamentos, sentimentos...
E a espera pelo encontro... 
E pergunta pelo dia, hora e local...
Palavras de carinho, sdd, e falas sobre o dia, a vida...
E passas a ter 2 relacionamentos que diferem do que queres ter...
E de repente outras histórias aparecem no enredo, misturando, ondulando...
E estou aqui , para ser apenas o lado livre ... O que te alivia e te consola... 
Estou aqui para te amar , ver e ouvir de verdade...
Para ser sua amiga... Parceira...
Para trocarmos ,compartilharmos e dividirmos as loucuras...
Estou morrendo de saudade do seu sorriso, da sua gargalhada alta, da sua voz , do brilho dos seus olhos, de te olhar de perto, de te fazer mais leve, e voar c vc...
Saudade de ver sua boca mexer eqt vc fala, de ler seus pensamentos, te entender e me mostrar por dentro...
Saudade de te sentir perto , te tocar , te beijar, fazer carinho, ou só fumar e beber sem ter o que falar....

E a arte está na visão do artista.  Que desnuda a alma e personifica sentimentos e sensações que encontram -se no abstrato.

E ela chora , e esquece do sorriso de ontem.
Segura c força o soluço na garganta...
Então o deixa sair...
Cair dos olhos , inundar o ventre
Derramar a alma
Deixa de lado a calma
O racional , a super mulher guardada a sete chaves no armário
E senta, e sente, e fala, e cala, e some
No coração, o q não deve e o que não soma
Chora e joga fora...
O resumo: Ela me faz chorar como nenhuma outra...
E a doida... me afasta ao mesmo tempo que me aproxima...
Enche o caminho de placas de
 " perigo !!! Não se aproxime!!!"
Horas acredito, horas desacredito, mas escuto as histórias e sei que ali não é meu lugar...
Não , não quero mais esse dia nublado
Esse morde assopra
Essa insatisfação constante em sua boca 
Eu quero o dia claro , o coração aberto , o carinho na ponta dos lábios 
O afago delicado dos dedos 
O sorriso brilhante, as brincadeiras
O cheiro de alegria no ar
Não quero ouvir o ronco dos insultos, o amargo das palavras rudes
O aperto no peito, o molhar dos olhos
O derreter doído do coração
Quero o colo, o amor quentinho,  o abraço , o abrigo , a proteção
Quero os beijos, o ombro amigo , a paciência, a compreensão
Não quero o choro, quero o riso, a paz , o alivio, o consolo, a união
A parceria, a soma , não estar sozinho 
Quero o vento no rosto, o barulho do mar...
A clareza das águas, a brancura do ar, o aconchego do lar
O gostoso da rede embalando
O frescor da brisa lambendo a face , 
O sorriso no rosto
A mente leve
 E isso se chama saudade...
Talvez  loucura...
Ou qualquer outra coisa que não sei o nome...
Só sei que te espero... 
Apesar de não ter expectativas...
Te quero por perto...
Por dentro...
E sinto algo que não sei dizer, nem entender...
Não te quero pra mim... Nenhuma posse...
Te quero bem... 
Te quero de verdade... Sem entrelinhas, meias mentiras ou meias verdade...
Somos amigas, somos NÓS, livres de rótulos , regras, jogos...
Quero te conhecer e me apresentar  com tudo o que temos...
Defeitos e qualidades, medos e coragens... 
De peito aberto... Cara nua... Sem mascaras, sem histórias enfeitadas de plumas e paetes... Sempre a verdade nua e crua...
Não me interessa se vc é bonita, ou legal... Me interessa vc vc... Especial como te vejo por dentro...
Cheia de defeitos e qualidades ... Angustias, lágrimas e gargalhadas...
Assim como eu... 
Então era o meu jeito de te pedir desculpas...
Mas prefiro me mostrar sem enfeites e regras de educação, e dizer que também ando sensível... E quando perdi o controle de mim... Deixei sair mais do que eu queria... Sem filtro , quis dizer que sinto sua falta... E que contei o tempo esperando em vão suas msg na segunda e que esperei e me preparei para te ver hj... E o quanto eu queria o seu abraço... E te olhar nos olhos... E saber de você...
Me desculpe se o álcool, as drogas e meu excesso atual de sensibilidade me fizeram insensíveis ao seu momento...
Estou aqui para você... De braços abertos, ombros prontos para ser sua amiga, ouvidos atentos , e filosofias de plantão...

E não fomos feitas para o enlace...
Aquele toque que se prolonga e nos alcança mais fundo... Aquela sensação que transforma a visão daquele mundo...
Então guardo o coração no bolso  e recoloco a amizade...
Mais mais de leve , menos espera, menos profundo, menos confuso... 
Um coração que bate mais calmo ,no lugar de um que acelera...
Um pensamento eventual , de relance, ao invés de um que impera a todo instante...
E assim seguimos em paz... Um bom papo, cerveja,  muitas gargalhadas e nada de emoção errada...
Então recoloco o desejo no bolso e trago ao peito o amor amigo...
A consciência de que o gozo mora em um outro lugar e em outro alguém, em outro desenho corporal...
E reafirmo ao coração o que me diz o racional...
Alguma Magia , energia, mandinga, poesia ou sei lá o que...
Mas vem dela... Com ela , pra ela...
E me toca,  sem eu saber porque. Sem ver, sem entender...
Mas está ali...
Teve cara de paixão , loucura, excitação...
Mas o que de fato  sempre vem é a inspiração...
Vem no som...
Na palavra, na voz, no vento, na piração...
De verdade só sei que ela mora em algum lugar aqui dentro...
Na memória, em uma noite, em 2 , talvez 3 , 10 ou mais versos e  canções...
Quem sabe a amizade retorne aos laços de onde se desfez a loucura de um sentimento insano 
Dizem cara de pau... Digo que é amor...
Impossível de comparar... 
Ela é minha rainha, soberana, me completa, me leva ao céu e ao inferno em um só dia...
Tem todo amor e magia...
O maior sorriso, que me encanta e me leva ao paraíso...
Ela que tem gosto de saudade, sabor de amor eterno com cheiro de amor antigo.
Apesar de revolução, tem cara de abrigo...
O abraço mais quente, o calor da libido. 
É corpo, é sexo, coração, tesão...
A amo como um furacão , explosão, um filme em ascensão. 
Te quero linda, te quero plena, te quero minha...
Junta , aprendendo , em parceria...
Te amo muito , te amo sempre, te amo chata, triste , contente. Chorosa ou sorridente...
Te amo rica ou decadente...
Te amo porque és tudo o que vejo por dentro do meu coração vazio.
És intacta, intocável, única...
Preta, gorda, minha pequena travessa...
Bichinho com nariz de tomada, sanduíche de presunto... 

Pega o pensamento e volta pro lugar
Um mundo tão distante em forma de lugar ... Fugirrrr 
Mudaaaarrr
Não dá...
De um lado um elefante muda de lugar,
No outro um dromedário serve pra sentar, dormirrrr

Bilhões  de rostos pra  contar
Milhões de vida a mudar ,
Em vão...
Coragem pra mudar o meu batom.
Vermelho, cor de sangue, de desejo , de paixão...
Vermelho cor de boca , de enredo de jargão...
A mesma velha história....
Personagens no mesmo lugar
Terapia pro tempo passar...
Tudo igual a terra a vida a comida , a mesma dor de barriga , a mesma historia pra contar...
Um mesmo novo velho amor,

Aquela mesma cor , 
um mesmo novo amor, 
Um outro Salvador chegou...

A mesma rima, mesma moral, anormal , sei la...
De longe nem me vejo, 
Não olho pro meu rosto...
No espelho o quadro habitual
 
A mudança , inexistente da moral...
Igual , igual...
Tempestade por dentro de uma noite chuvosa...
O coração em todos os lugares...
Dentro de mim ela espanca o peito com força... Nossos planos, seu melhor sorriso , seus beijos, sua pele macia, e um adeus...
Um amor antigo , dona das minhas melhores histórias... A memória da minha grande paixão ... 
Ela também com o coração na despedida...
E mesmo depois de tanto tempo ,o tempo não passou, e viajamos nele como se fosse um tapete mágico...
E Minha doidinha, minha amiga, minha parceirinha, que não sei onde mora seu coração , e não sei onde o dela mora em mim...
Então te digo boa noite e te digo bom dia. 
Falo coisas sobre um corpo e confesso um certo formigamento no peito ... 
Um sorriso que insiste em abrir quando falo ou penso em vc ...
E lembranças , lembranças, lembranças...
Aquela vontade adolescente de falar de sexo o tempo todo me escapa dos lábios e dos dedos que tocam insistentemente essa caixinha de vidro...
Obrigada pelos sorrisos, gargalhadas, pela imaginação...por fazer minha mente passear em outros lugares...
Obrigada pela sensação gostosa de ter vc  ai do  outro lado e passeando por dentro da minha calota craniana e da minha bombinha de carne que espalha sangue pelo corpo. 
Então te digo boa noite e te digo bom dia. 
Falo coisas sobre um corpo e confesso um certo formigamento no peito ... 
Um sorriso que insiste em abrir quando falo ou penso em vc ...
E lembranças , lembranças, lembranças...
Aquela vontade adolescente de falar de sexo o tempo todo me escapa dos lábios e dos dedos que tocam insistentemente essa caixinha de vidro...
Obrigada pelos sorrisos, gargalhadas, pela imaginação...por fazer minha mente passear em outros lugares...
Obrigada pela sensação gostosa de ter vc  ai do  outro lado e passeando por dentro da minha calota craniana e da minha bombinha de carne que espalha sangue pelo corpo. 
Somos mais  que um corpo... 
Ultrapassa a carne... 
Temos alma, espírito, fome , sede, sentimentos e coração...
O querer... é por paixão,  amor, colo,  desejo e calor...
Vai muito além da cama, da Dama,do sexo e da sedução...
Sigo em busca da verdade nos olhos, do sorriso aberto, o calor no peito...
O aconchego do abraço quente, a conchinha, o beijo, o gosto , o toque que transpassa a pele e encosta por dentro...
Meu velho pai... E toda arte  e magia que nos ensinou...
Os programas de rádio, as histórias inventadas de chapeuzinho azul , nos estimulando a criatividade . E nos ensinando a sair do lugar comum . A acreditar que a historia certa é a que nós contamos , não a que está escrita em um livro.
Nos ensinou a observar a natureza. E entender que uma barraca no meio do mato pode nos fazer muito mais felizes e em contado c o lugar , do que estar em um lindo hotel de pedras e plumas. Nos fazendo ver que a felicidade é simples e está ai para olhar e desfrutar. Presente de papai do céu... 
Por nos ensinar com insistência...
Pelos chocolates em forma de carinho deixado embaixo dos travesseiros...
Pela vida, pelo amor, por ser tão verdadeiramente você. 

E tu, que vens , que vai e que volta...
Que desaparece no meio do caos... No vazio ,na sombra escura e amarelada de um passado engomado e com vincos de ferro antigo.
Tu que te afastas , e por pura loucura ,ferve meu sangue anil.
Sigo na bossa, na valsa, no verso , na prosa...
E Tu que tens a mágica chave de minha inspiração...
Tua simples  presença virtual e ausência carnal  , me tocam tão profundamente ,que revolvem a poeira poética do meu chão sentimental...

E sinto falta da paixão, do frenesi, do vício do amor...
Do querer teu corpo no meu, tua carne na minha...
Me arrepio na lembrança de seus olhos perfurantes... 
Sua voz cantante...
Tua boca vermelha , combinando com o tom rubro do desejo...
Sua língua quente que inventei passear pelo meu corpo tremendo de prazer...
A loucura de um único beijo ,que me inundou  e perdura nos meus lábios, criando os maiores devaneios e elucubrações...
Seu toque que só existe no imaginário dos meus poros empoeirados de saudade...
E seu Ser que habita e desperta a poesia do  meu coração. 
 
Tu tão menina e Eu tão mulher...
Eu tão menina... e tu ... Tão mulher...
Minhas palavras se perdem, mesmo qnd colocadas cuidadosamente nessa caixinha de vidro...
Falo coisas que não sei dizer... 
Me atordoas, me invade, me enlouquece...
E busco seu não e seu sim ...
Depois de tanto tempo e tanto nada...
Será que posso ainda estar apaixonada ?
Então quando eu escrevo , é como se eu desenhasse com palavras, imagens que vejo por dentro. 

E quando a magia do canto me carrega , é como se me levasse para passear em outros mundos... 

Com algumas músicas , parece que o trem não sai... Ou Ele anda,mas eu apenas narro. Não estou na história. 

O que eu busco , é algo que coloque esse passeio no meu mundo. 
E que eu consiga desenhar isso do lado de fora...

Então arrumamos uma dobra aqui outra ali.
Um pedaço do coração para dentro do colarinho, outro pedaço de olhar para debaixo do cabelo, atras da orelha. 
Metade da alma em suas mãos...
A outra se esfarela na confusão do meu ouvido interno.
Sentimentos e sensações... 
Desejos metas associações...
Preciso te libertar . Te deixar viver outras sensações, outras visões... 
E se for de fato será... Se não for, não era para ser...
Nem sempre existe tudo ou nada...
Quero tudo de tudo para mim e para vc...
Experimente, viva, farei o mesmo.
E sigo com vc no coração...
Até que ele vire definitivamente para um lado ou para outro.

O q fazer se  me vem a mente...
Seu gozo gostoso que jorra ...
O movimento do seu corpo...
Seu gosto , nossa pele quente, ardente... 

E então vem o som ...
A magia em ação...
Batuque , o sopro , a mão...
Uma viagem para outro universo , outra dimensão...
Um portal se abre , e atravez da musica , um outro pais chega a um novo local...
Nas notas, na vibração... No ouvido , um barco que leva  até a  mente a tradução...
Espelho , alma, devoção...
Musica é gente , é carne, é fogo...
União ... Língua universal em ação...
Estava olhando o passado ,
Ele me parecia nublado.
Com nuanças de azul turquesa.
Tinha um cheiro de vento
De coisa por dentro
Um gosto azedinho de sentimento




"Escrever é desabar em letras..."
Gaveta de absurdos...

Me estapeia de poesia...
O peito repleto de magia...
Cores e sonoridades diferentes...
Gosto de futuro, de passado...de presente , embrulhado em laço de fita, de fita cassete, vinil, pen drive, festa e Compact Disc ( Cd) .
  Dores de um novo projeto em processo de adaptação...
Olhos que saltam para amplidão...
Perfume de noite...
Cheiro de amigo...
Flores ao vento...
Desenho de mão , que vida animação...
Batuques no corpo percussão...
Chuva, vento, colo, medo...
Pensamento que voa alto, longe, leve...
NA alma... Plumas, nuvens, coelhos saltitantes, e ela toda pimpona...
Cabeça , para os lados, e la se vão  meia dúzia de martelos de verbete.


E um livro é como uma bíblia da vida de um outro alguém...
Uma enciclopédia de pensamentos...
Um monte de letras de mãos dadas que sussurram palavras e pintam imagens na nossa mente...
Um texto , é um pedaço de gente que sente e transpira em frases entrelaçadas...
Palavras são fagulhas de neurônios que escaparam da mente e cairam em um papel ou vidro a frente...
Palavra é gente, é mente...

Da onde eu venho não se abandona os amigos.
Eles se reúnem em tribos , bandos , associações secretas.
Encontros de parceiros que se conhecem por dentro...
Com dialetos próprios , vidas paralelas...
Para chegar no local, Ruas de paralelepipedo...
Entre eles ,diversas faixas e personagens.
Nelson rubens do puteiro, o Tricoteiro do bem...
Entrega o coração às devoradoras de carne. Especialistas em hipnose corporal. 
O mestre. Distribuidor de graduação, a mente, o coração, o rei, parceiro do coração.
O doce. Certo amargor . 
Pensamentos insanos, parceria de mano.
Entre eles, todos os tipos...Os falantes, os sossegados, os loucos , os maníacos, os desligados, pobre , rico, bem apessoados e desleixado...
O barulho da chuva, e o peito trancado por grades imaginárias...
O peito sangrado por facas estatutárias...
O grito contido por mordaças regimentadas...
A vida passa...
Sorriso após sorriso , lagrima após lágrima,  o tempo começa a apertar...
O espaço interno diminuir....
O corpo inerte  se espalhar...
A barriga aumentar, o peito ceder...
O de costume normalizar, acomodar...
O  desejo e os movimentos ensaiados a ferver e perecer...
A dor... E ardor...
O medo e a morte...
O norte e a sorte...
Pedaços nossos que caem pelo caminho...
A saudade...
O aconchego....
Olhos que vivem ainda em outros olhos....
Amarrados, aprisionados, açoitados, estilhaçados, estraçalhados de sol poente...
Esfarelando de mão em mão...
Umidificando de boca em boca...
A procura de um sim ou não
De um carinho a mais...
De um abraço um pouco mais apertado...
De Um colo pro peito...
Um alento pro ombro repleto de mundo...
Um afago de dedos por trás da nuca...
E um rio banhando os olhos... Como uma represa velha que nunca seca...
Como uma barragem desgastada que sempre vaza, Devasta, incomoda....
E no fim ,  tudo é encoberto por um governo de mim , que impõe que devo ser mais forte e valente.
Me põe em um circo de máscaras,  onde outros palhaços dançam sob a luz artificial gelada de um dia de inverno forjado na praça de alimentação de um shopping de quinta categoria...


E por dentro... O desejo de um beijo a mais...
A vontade de um amor voraz...
O anseio do sempre...
A certeza duvidosa de um nunca mais...
O pagamento com o corpo...
A poesia em segundo plano...
A sedução da alma no corpo carnal...


E o gozo vazio...
E tantos Eus... E tantos amores inventados, no vento....
O frio gelando por dentro...
E mesma menina tímida , sentada naquele balanço de ripa de madeira , com som de gaita desafinada, à procura de algum lugar...
De um colo de mãe, da amizade do pai, da verdade dos irmãos, da aceitação...
E o passo para escolher os seus... Que vem e vão...
Os dentes que lutam secretamente no meio da noite , rangendo, trincando, deixando marcas na mastigação...
A vida dizendo dura : - "Sem frescura!  A vida é assim..."
O sono... Fiel refúgio , roubando o tempo ...
O medo...
O tremor das mãos...
Um transbordar que não se cala...
Mais uma fala vazia...
Uma noite de frases e putaria...
Um pouco mais do mesmo lugar...
A mesma busca , a procura de uma parte que parte , me parte e parte para algum lugar.