domingo, 29 de novembro de 2015

Eu não gosto do que vem na cara...
Digerido, mostrado, entregue
Gosto do mistério...
Não o escondido, mas o que tem sabor de pesquisa...
De algo além...
De infinito....

É Tapa na cara 
Chuva lombo
Pisando em espinho 
Chorando sozinho
Sorriso no rosto
Por dentro o oposto
A vida na mala 
A espera do tempo , do vento 
Sento , tento , lento, invento
Peco , choro, peço , imploro, 
Minto, sinto , finto
Deito feito leito 

Estou indo
Sentir o gosto de ausencia q existe no ser 
Estou indo
Sentir o gosto da essencia q existe em viver
Estou indo
Ver  o rosto do medo q existe no ar
Estou indo 
Ver o som da miseria que insiste em ficar

E a vida na cara
O corpo na esquina
A esquina da morte
Nos dados da sorte
O crime exaltado
O dolo expremido 
O colo distante  
A dor do  menino




Vontade de chorar por fora o q ando chorando por dentro...

 Acordei com a louca vontade de desapertar as amarras, cortar as redeas...
Soltar os ventos, largar os  mastros, não olhar o farol e fugir...
Pra longe... Pra ontem, pra hoje , para amanhã...
Resolver pendencias , reticencias, ausencias, sofrencias...
 Vontade de gritar pro mundo :- LARGA TUDO E VAMOS VIVER!!!!
 Mas o faço apenas de forma covarde...
Sentada na minha vida de agora... Lançando letras e devaneios em uma caixinha de vidro.
Equanto a vida grita na minha cara... E a morte acaricia meus cabelos...
Sigo estática, guardo os quereres no bolso... 
Balbucio um bom dia sem som... 
E me consolo com o que vejo por dentro...
Hoje estou calada. Não estou em mim. Tenho algo no peito , e muito no coração...
Hoje eu nao estou
Nao vim
Nao me faco presente
Não tenho nome, credo, cor, compromisso, sentimento, desejo, medo ou lamento
Nao me encontro em mim nem em outro lugar
Ja não sei quem sou
Nao respondo por mim....
 Nao sei ... Não entendo... 
Hoje definitivamente não sou

 Depois q a vida aperta a carne... Crhonos se debruça no ombro... 
O medo te vê de longe e pisca o olho e sorri...


E o q dizer quando as palavras faltam ,o coração aperta e o sangue gela?

É... O tempo urge ... A vida passa. Dias ,amores,paixões , família , casa ,comida,cachorro,roupa lavada.
Contas ,compras, lista fechada.

O sangue pulsa , ferve ,fere, pede por mais...  Beijo, pele, corpo, calor, suor, desejo, erupção...
A fome revira as tripas por aquele sabor doce de amanhecer, 
De sol queimando a carne e exalando um cheiro quase insuportável de adrenalina. 
Vento nos cabelos e o corpo nú.
Despido de dores,medos,receios...
Nú , desprovido de capas,culpas,máscaras , mácula ...
Sinto secar a saliva e arder  a sede daquele brilho dos olhos de ontem , que vejo ainda por dentro do hoje .
Percebo no mundo o odor fétido das cordas, das amarras da vida, do querer ao avesso, do desejo guardado, do amor reprimido , da fome do pão, da seca da conscientização, do carinho guardado, o respeito enlatado, exilado, esquecido. 
Vejo um mundo perdido , calado , sentado na esquina , cachimbo na mão,"crack" por dentro,   pedindo esmola , abrigo , comida, saúde , direitos , gentileza e educação. 
Vejo os dias trocados , maquiados, "filtrados" com a cara na rede, sorrisos montados, forçados , disputados...

Mas sigo sorrindo por dentro ... Correndo de braços e peito aberto...
Esperando a vida entrar com o que ela me reservar...


Eu quero tudo
E não Quero  nada
Quero desabotoar a camisa de força 
E deixar o espirito  correr selvagem de cabelos ao vento 


A vida é muito curta para guardar sentimentos , economizar palavras, amarrar a cara e reclamar do dia...
Ame de verdade, fale o que sente, sorria e viva intensamente tudo o que puder viver...

O viciado em mágoas

Jonas era um rapaz simples que vivia  em uma aldeia em Sortilopolis. 
Trabalhava no campo, enchada na mão, sementes nos bolsos, uma grande sacola no lombo e o peito repleto de mágoa mal resolvida.
Aprendêra desde muito cedo a beber água de mágoa. Sua mãe Dona Clotilde , sem querer deixava cair pequenas porções de mágoa guardada toda vez que preparava sua mamadeira , e mais tarde suas refeições. 
Dona Clotilde era uma senhora muito caridosa e sempre procurava ajudar a quem pudesse , ensinando a lição ao seu filho Jonas. 
Jonas cresceu com brilho nos olhos, bom coração , e  com o desejo constante de se doar e ajudar os seus . 
Todas as noites , antes de dormir e após o café , D.Clotilde contava aos filhos seus belos feitos. Contava historias sobre magos, doentes, cachorros de um olho só , sangue sugas e  do grande perigo da cobra da ingratidão . D.Clotilde contava que por vezes fora mordida por essa serpente traiçoeira em suas peregrinações para ajudar ou acolher o próximo.  O veneno injetado por essa cobra chamava -se Mágoa.  Não matava na hora, mas seguia circulando pelo corpo e se instalava principalmente no cérebro e no coração, dificultando a pulsação e o raciocínio lógico. 
Quando a magoa se alastra , ela domina tudo, consome o amor, o carinho e a vontade de viver. Vai gelando o sangue, até diminuir o raciocínio e parar o coração. 

Jonas conheceu Marluce que lhe ofereceu um belo mundo cheio de possibilidades. 
Marluce era cheia de vida. Sorria, seus olhos brilhavam e ela corria loucamente pelo campos floridos da vida. 
Sempre com os bolsos abarrotados de sementes, queria plantar sorrisos em todos os corações. 
Alguns sorrisos eram confundidos com beijos, pois o carinho exalava um forte cheiro nas sementes. 
O cheiro do carinho era afrodisíaco e um belo fortificante para outras sementes, por isso Marluce sempre encharcava suas sementes de carinho. 
Fora alertada muitas vezes que o cheiro do carinho podia alimentar outras sementes e atrair olhares ou ervas daninhas. 
De fato teve algumas colheitas perdidas por deixar crescer flores diferentes dos seus belos frutos de sorrisos e amizades. 
Mas não por isso parava de jogar fartas doses de amor e carinho em tudo o que plantava. 
Gostava daquele cheiro doce entranhado em suas coisas. 



 

A vida batia na porta , e ela com medo de viver...
Tanta sede , tanta fome, que o alimento lhe escapava pelos dedos...
Tinha a faca e o queijo nas mãos, mas a faca , apontava para si, o queijo , dava para quem passasse a sua frente...
Tanta certeza nos olhos, que se desfaziam em não saber...
Se olhava por dentro e via alguém diferente da que refletia no espelho. 
Aquela audacia fora encoberta pela casaca do tempo, os grilhões financeiros, e a incompetência burocratica, o medo, a dúvida.
Insistia em dizer  que vivia na Terra do Nunca, mas essa acabava virando uma bela desculpa para Nunca mais se arriscar, Nunca mais se dedicar de fato, nunca mais destrancar um peito com tanto por dentro. 
De tanto Nunca, começou a dizer Não.
Não para as loucas paixões...
Não para a sua verdade ampla...
Não para o seu mundo diferente...
Não para sua visão...
Não para sua arte...
Não para a sua vida...
Mas  quando absorvida por aquela magia... Ahhh, viaja de esqui  no seu belo universo colorido. 
Esquece o lado de fora e vive o lado de dentro...
Lança -se em queda livre e sente o cheiro do vento...
Ao retornar ao solo, reabotoa a camisa branca em formato caixa de linho, passa as mãos pelos cabelos, amarra um coque grisalho de cabelos negros, calça por cima da blusa, sapatos lustrosos como manda o figurino, óculos de armação calibrosa de marfim quase preto. 
Veste - se de sua outra fantasia, senta-se a mesa, bate palmas  e sorri. 
Sem saber se a vida estava lá ou aqui. 




E ela ainda podia se lembrar com detalhes absurdos do primeiro toque , a sensação  da primeira vista. 
O rubor na face, o calor no peito e borboletas em festa por todo o corpo. 
As primeiras palavras trocadas virtualmente já a fizeram sorrir , pre anunciando o que estava por vir. 
A primeira troca de calor corporal , lembro me com clareza , foi simplesmente um entrelaçar de dedos , e uma troca de olhares. 
Depois daquele instante,  não lembro de ter passado um dia sequer sem pensar naquele momento.
A primeira noite,  repleta de mágia. 
Posso sentir o cheiro do mar, o toque macio do vento, o barulho das ondas, nossos corpos como um , ligados por um fio com sons que completavam o ambiente. 
Esperanza era o nome , e a música Samba em Preludio... Mãos tremulas, uma apreensão adolescente , um beijo quente, macio, ardente, eloquente, envolvente... 
Minhas mãos em seus cabelos as suas entrelaçadas a minha. 
No segundo encontro , a loucura, a sede , a fome , o desejo...
O toque esperado , escondido em baixo da mesa, apenas dedos e olhos ardentes. Nossos olhos se buscavam incessantemente. 
Nos beijamos loucamente nos banheiros dos bares  , no carro ...





E nem mesmo em sonhos fico em paz. 
Acordo eu  encharcada de suor, respiração ofegante e sorriso nos lábios. 
Me encontrava em um sonho e  dizia - me  tudo o que  sempre quis dizer:

- Apesar do tempo, apesar dos fatos, apesar dos "e se " que atordoam a mente...
O tempo de cronos de fato não existe, e cada um possui a sua maneira e velocidade para caminhar sobre ele. 
Minha audácia andava guardada em meus bolsos , mas vendo tanta vida passar, tanta fragilidade do corpo , tanta urgência no tempo ... Vejo que não posso mais me conter... 
Por medo... Medo de perder a tal segurança, medo do assedio das regra do social , medo da distancia, medo da  idade, do corpo, medo do não, medo do sim, medo da paixão, medo da vida, medo de quem sabe ser absurdamente feliz, medo de ser livre...
E pensando em tudo isso vejo que o medo é o silêncio da vida... Mesmo os que sempre o desafiaram, passam agora a se esconder embaixo da casaca do tempo...
E eu já  não quero mais, não me importa o medo , ou o tempo , ou o sim , ou o  não...
Quero me lançar da beira do abismo , sentir o vento movimentar os cabelos, o frio alucinante na espinha , libertar as palavras presas na garganta e dizer: 
Largo tudo , por um dia , uma noite , um mês , um ano, uma vida.

Ele adorava o entardecer. Claro , quem não adora o entardadecer. 

Tinha seus pés suspensos por passarinhos. 

Quando falou dos passarinhos em seus pés , imaginava a figura " obvia" de alguém pegando carona em passaros , mas a imagem em geral era dura , retilinea e se resumia a desenhos de pássaros nos pés...
 

A menina Tati sorria loucamente...
A Tati mulher se encheu de vida... Respirou com força a sua audácia, 
Puxou bem forte , jogou pro peito, prensou ,como planta que queima e vira idéia.... Acionou o diafragma , apoiou e soltou , até que a alma virasse grito, o grito virasse força , a força virasse vida , a vida virasse som, e som virasse ar, ar virasse prazer, prazer virasse êxtase, e tudo virasse tudo e nada ao mesmo tempo...

Tati saboreando a vida enquanto seu superego controla o seu ego e id.

Rock in Rio

A sensação de ser uma minúscula gota de carne em um mar de gente...
Desafiar a massa...
Pressão sangüínea, suor , adrenalina a mil...
Guitarras rasgando a alma com os dentes, bateria esmurrando o peito, a pressão , o som...
Sendo levada pela pulsação... O corpo inerte, pulando, gritando, sedento, apertado , esmagado, envolto e inebriado pela agitação...
Porrada , suor, sangue , lagrimas e sorrisos, gritos de prazer...
Vísceras contorcidas ... Força... Determinação... Medo ... Excitação.... Pulaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
Rock n rolllllll!!!!!!

O que é a vida? 
Não vejo a vida como batidas de coração ou ondas cerebrais. 
A vida humana nao se define biologicamente...

Então ela acordou um dia e decidiu abrir os olhos...
Olhou o mundo ao seu redor e não reconheceu mais nada.
Sentiu falta do vento nos cabelos e das largas pastagens para correr com seu cavalo alado.
No espelho, a imagem refletida parecia distante, estranha , hiperbólica, encapada, rasurada, comprimida e remixada.
Um brilho diminuto no olhar.
A busca por um amor irreal, a idealização do nada.

E apenas assim que sei ser ... 
Sou plena de mim e muito me misturei a você. 
Me encantei por uma linda imagem que reluzia no palco,  um personagem ,que ao meu ver, transbordava vida e audácia, uma menina com olhos doces e palavras fortes...
Me apaixonei por um beijo quente, uma noite magica e trocas insanas....
E tive medo... 
Medo De trocar o certo pelo duvidoso, o novo pelo antigo, o seguro pela aventura, o chão pelo ar...
Doce ilusão para um coração alado... Amo a aventura , o desafio, a intensidade, a audácia, a vida pulsando com força , o coração latejando , e os lábios doendo de tanto sorrir...

Sonhei a parceria ideal para essa  vida.... E não mais consegui tirar da cabeça essa doce ilusão...

Acho que  imaginei e idealizei além dos limites... 
Sonhei com você um sonho apenas meu...

E na minha ânsia , insisto em partilha lo com você, Que claramente vive outra vida , e não está em busca do mesmo que eu. 

Escrevo agora o que acho que nem vou te entregar. 
Sinto me aliviada por saber que me mostrei por inteiro , disse tudo o que eu soube dizer. Me abri , me entreguei, me lancei... Sem medo, sem receio, sem meias palavras...
E a reciprocidade não cabia a mim, o meu era apenas a entrega e a espera...
E fico em paz por saber que não deixei de tê la por medo, por comodismo... 
Desfiz minhas amarras e me lancei de peito aberto, exatamente do jeito  que acredito....
E agora com asas abertas , pernas soltas, peito livre .... Posso deixar a vida entrar com tudo o que tiver para ser vivido...



E a vida é feita de ciclos, fechamentos e aberturas , nascimento e morte .  
Para o coração bater, as válvulas se abrem e fecham, movimentos peristálticos,  respiratórios, circulatórios... Sempre ciclos, idas e vindas, parabolas, vales, picos, trocas , mudanças, movimentos...

... Foi ... Tocou ... Mexeu ... Fez sorrir ... Foi mágico ... Inspirou...
Hoje te angustia , me chateia...
Vive de agulhação, espera , expectativas. 
Os suspiros ganham nova intensidade e de tão fortes,  viram respiros, bufadas, e novos " affs"
Ontem explicações de sentimentos bons... Hoje desculpas , amanhã mistério...
De fato o amor muda de cor, de casa, de canal, de peito , de dia, de vida...
O tempo, os atos, os fatos, o acaso , o destino...
Mente , razão x emoção , trabalho , família , amigos, quereres... 
E seguimos em caminhos diversos, vários personagens  em um monólogo compartilhado e interativo...
Coexistimos em um mesmo palco , aliamos nossas peças e canções a espetáculos solos de outros autores... E em algum momento as cenas mudam pelo desenrolar da história...   
Como em uma novela que cai o ibope, e a equipe remodela as falas, os pares , os núcleos, cenários... 
Alguns personagens saem do ar , e outros aparecem na tela, propondo um novo ritmo, uma nova trama, uma nova historia, uma nova vida...
E seguimos sentados , assistindo o canal, controle na mão , a espera de um novo capítulo... Ou nos levantamos , trocamos de canal , ou saímos de frete da tela e buscamos , nós mesmos, reescrever outro capitulo de vida enquanto o tum tum pulsa e o tic tac rola.


   

Dicotomia sensório corporal

Então o tempo é de pensar em nada, não analisar, não categorizar , nem listar.
É para sentir o que flui...
Sentir o corpo ferver..
Tremer de prazer, gemer...
Beijar , viajar , deixar o toque dizer, e gozar...
O corpo nú...
Carnal...
Despido de moral...
Entregue ao querer, a experiência , o novo, o desconhecido...
Abrir a alma, o peito, a vida, as histórias...
Deixar o riso frouxo, gargalhar, soltar as amarras, destrancar os medos...
Fazer valer o querer, o fazer...
Uma persona sai de cena e outra entra em ação, em erupção...
Atração... Uma pele que puxa, que suga , que pede atrito...
Um atrito que queima, que mexe, que molha, que gruda...
Adentrar teu corpo insano , em delírios levianos...
Descobrir o toque, o jeito, o gosto...
A pele que arrepia , a mão que desliza, um movimento que pede, um outro que cede...
O inesperado , inusitado, inimaginado...
O querer bem , se transforma em um querer além... 
Uma visão dupla de um mesmo corpo...
Um portal se abre e duas pessoas passam a existir  dentro de um mesmo ser... 
Em outra dimensão as personas se separam , uma permanece na sala , fraterna , amiga, assexuada...
No quarto , a mulher, na cama, o sexo, o gosto , a pele, o gozo, o fogo, o desejo , o prazer...
No beijo , a fome , o elã, o enlace...
No corpo o imã, a sede ,  a verve...
Na mente, o momento, o calor, a erva, o tesão, o desejo de mais, o tempo de crhonos nos braços de kairós...
Fora do quarto , o off, o outro, desliga e volta ao normal...
Até o próximo episódio de dicotomia corporeo sensorial. 

Sobre a arte e a poesia


Sobre a poesia e a arte

Um estado de representação do Ser. 
Sentimentos e pensamentos dormindo no colo de palavras...
Fatias de pensamentos que escorrem pelos dedos e viram frases, parágrafos, livros, acordes, pinturas, poesias ou canções. 
Um filme que criamos na mente , com personagens de características próprias , criados de acordo com a nossa percepção, bem antes , ou sem se quer passar por uma seleção ou escolha de elenco.
Cenários diversos que nos tomam a mente , invadem o peito,independente  do imaginado pelo autor, poeta , pintor ou compositor.
Histórias e sensações que nos tocam ou não, dependendo do dia, da época, da fase, do momento, da persona.
Um dia estamos pro Rock, outro pro Jazz...
Mas quando a mente se abre, só existe a arte, a alma, a pessoa, a psique, o além da regra, do conceito, da norma , da técnica. 
Arte não se julga, se aprecia ou não. A arte por si só é apenas o interior de um alguém.  
Uma mente que flutua...
Desprovida de razão.
Passeia  pelo esconderijo do mundo das idéias e personifica-se em algo a ser visualizado no mundo " pseudo real".
Então se é música , poesia, escultura, teatro ou dança, não importa. O que vale é a mais pura e louca expressão de ser, de ver e de sentir. 

Mil cartas e poemas , fugas e contradições... 
Loucura ,carestia , sonhos e declarações... 

Delirar, viajar, e voar, e pular e gritar libertar o que há por dentro.

Faço o novo, o passado ,o real , o inventado ...
Pulo o muro, roubo a chave ,
Me sujo ,me cobro...me invades...

Me desfaço de moral , Fico intelectual, 
Perco a vergonha na cara, o orgulho , o discernimento, o casamento, o rumo, o trilho...

Me desnudo por teu nome... 
Viro bicho ,viro homem...
Te anuncio em codinome ...
Faço festa pra ninguém, digo além...

Me disfarço, Me visto de amiga, professora, mosqueteira, amada , amante, certa e errante...
Perco a linha , me envergonho ,e vou embora. 
Rabisco teu nome, te canto outro canto, te entrego outro som, outro tom, outra face , um outro olhar...

E tu... Inventas um porquê, um então, um mas , contudo, entretanto , toda via, um porém...

Um rosto , um sorriso distante , um pressuposto, um alguém...

Um adeus , um que volta , um que fica, um que ri, um que chora, um que para, um a cem..

Me olhas de lado, me abraça apertado, não me deixas partir, nem me chama pra ti...
Me inibe de amar, Me vê em outro lugar...
Me fala no toque , no olhar, mas se cala no ar...