terça-feira, 28 de julho de 2015

Carta ao amor


Vivo um amor platônico pelo amor.
O mesmo me diz que o possuo.
Se de fato o mesmo pertence a mim, de alguma forma,  devo tê-lo colocado em um pedestal tão alto que não consigo alcançá -lo.

Olho para ele, tento tocá-lo.  Ele diz estender  as mãos para mim.
Acredito... Escalo seu pedestal imaginário ,  estendo meus braço para tocá-lo, mas como eu, ele diz ter medo de cair, e não me estende as mãos.  Permanece com as duas presas,  seguras, temerosas, questionadoras.

Seus olhos dizem que me quer... Um mínimo contato,  incendeia....
Meu corpo regurgita -te de tanto de ti que há em mim.
Para que amarras?

Prenda-se ao teu mastro com sua calda longa, se te faz mais seguro...
Mas se há desejo, lance -se, mesmo que volte com uma corda elástica...
Jogue -se... Abra os braços sem medo e sinta o vento bater...
A mim não importa...  Apenas te quero ter.
Também sinto medo... E quero amarrar -me ao meu porto seguro...
Mas como tão perto do mar,  com tanto desejo... Não mergulhar...??

Amarre-se ao seu porto e me dê a mão...
Sinta meu corpo molhar o seu...
Seus lábios nos meus...
Seu gosto na minha boca...
Seu cheiro no meu...

Um dia, um instante,  uma noite, um momento...
É disso que a vida é feita...
Então...  Você aceita??