sábado, 1 de agosto de 2015

Ela e a procura por sua Terra

Mais uma vez ela.
E ela se sentia frouxa, submetida, absorta de si.
De longe...  Não se reconhecia mais no meio da multidão.
Os Milhões de rostos que tentara assumir;
Zilhões de moldes para o coração;
Diversas realidades para transitar...
Mas qual era a sua essência ???
Qual era a cor da sua tarde?
O gosto do seu dia???
O cheiro de sua vida???

Ela estava por aí procurando um mundo para morar...
E Tentando, encontrar o mundo de onde veio. Quem sabe conhercer outros da sua espécie ou complementares.

Saíra muito cedo de casa, em busca Daquele lugar de dentro do olho.
Na flor da idade, cabelos soltos ao vento,  buscava explorar infinitos territórios dentro e fora de si.

Instalou- se em um pequeno  povoado.  
Comia -se muito bem. 
Usava-se Trajes bem apessoados. 
Porém era um local de fortes erupções Vulcânicas,  sempre correndo o risco de ser queimada por alguma fagulha que se desprendia.
As pessoas dessa aldeia, eram cheias de  desejo de cuidar,  uma força tão intensa que como um buraco negro,  absorvia tudo a sua volta.
Ao regurgitar, sentia-se pelo ar um leve odor de manipulação .

Com a mala nas costas,  e asas ao vento, mudo-se para um universo de loucuras.
Bebia -se beijos ardentes, com nachos de  noites calientes.
Os Corpos caminhavam livremente.
A Vida tão fina de transparente...
A boca fria de tão ardente.
Seus habitantes sucumbiam de desejo.  Perdiam suas casas pelo vício no jogo.( o de sedução). 
Um mundo de paixão,  de canção, tentação.
Estava perdida... ou se achando...
A procura do mundo que era  o seu.
Passou por um lugar negro de medo, amarelo gosma de choro contido...Cinza nublado de desilusão...
Um mundo de dias de fúria e solidão.
De noites de insônia,  de torrentes de pranto, de dor vermelho amargo e  ruidos de  consolação ....

Conhecera então uma aldeia de seres racionais. Cheia de razão,  aprendeu calculos e  equações.  Criou fórmulas e adequações.
Um mundo claro,  organizado, limpo e objetivo.
Sentiu falta de um pouco mais de penumbra...
Um pano vermelho jogado por cima da mesa. Cortinas cor de carne com estampas semi-florais bordadas com fios de cobre.
Uma taça de vinho, sobre a mesinha de cabeceira, que soava a sexo.
Um soul jazz ao fundo,  com leve ar de sedução...

Passara por vários mundos para encontrar o seu...
E ao longo do caminho fôra se pintando de outras cores, se travestindo de outros trajes, se inflando de outros costumes.
Cuspindo e comendo outros gostos...
Sempre para saber qual era o seu...

Em um mundo retilíneo,  ela incomodava com suas curvas. 
Mas, a verdade, é que o círculo é reto no seu infinito. Enfim...
 
Sentia um certo prazer com seus excessos.  Mesmo porque não os considerava assim.
No fundo ao contrário da superfície ,  gostaria inclusive de ter um pouco mais, para esbanjar e distribuir para os outros.

Queria procurar Luas cadentes e ter estrelas permanentes.
Ter o dia de um lado e a noite do outro.
Convivendo como bons amigos.
Acreditava que o sol namorara a Lua em tempos remotos, e que de tanto amor, deixara fagulhas de deu brilho penduradas em seu corpo ( o da Lua).
Tiveram filhos, e chamaram -nos de estrelas, ou seres piscantes do Céu. Sempre de acordo com a cultura local de quem os vê.
E ela seguia,  sendo apenas, ou um pouco mais, do somatório de todos os mundos pelos quais passou.
A cada passo se encontrava um pouco mais... E se perdia logo em seguida para se procurar de novo.
Não queria ser alguém.  Queria simplesmente Ser.
Abrir os olhos de dentro, encher o peito de coisas invisíveis,  e sorrir...
Simplesmente deixar descontrair os músculos da face, e ter cara frouxa.
Ser tão trouxa quanto seu ser fosse capaz.
E continuava a se olhar de cima, de baixo e de dentro.
Dizendo que não há perguntas a responder.. 
Apenas perguntas para fazer...