domingo, 29 de novembro de 2015


E nem mesmo em sonhos fico em paz. 
Acordo eu  encharcada de suor, respiração ofegante e sorriso nos lábios. 
Me encontrava em um sonho e  dizia - me  tudo o que  sempre quis dizer:

- Apesar do tempo, apesar dos fatos, apesar dos "e se " que atordoam a mente...
O tempo de cronos de fato não existe, e cada um possui a sua maneira e velocidade para caminhar sobre ele. 
Minha audácia andava guardada em meus bolsos , mas vendo tanta vida passar, tanta fragilidade do corpo , tanta urgência no tempo ... Vejo que não posso mais me conter... 
Por medo... Medo de perder a tal segurança, medo do assedio das regra do social , medo da distancia, medo da  idade, do corpo, medo do não, medo do sim, medo da paixão, medo da vida, medo de quem sabe ser absurdamente feliz, medo de ser livre...
E pensando em tudo isso vejo que o medo é o silêncio da vida... Mesmo os que sempre o desafiaram, passam agora a se esconder embaixo da casaca do tempo...
E eu já  não quero mais, não me importa o medo , ou o tempo , ou o sim , ou o  não...
Quero me lançar da beira do abismo , sentir o vento movimentar os cabelos, o frio alucinante na espinha , libertar as palavras presas na garganta e dizer: 
Largo tudo , por um dia , uma noite , um mês , um ano, uma vida.